Os que por obras valorosas das leis da morte, se vão
Libertando (Camões)
E como tal, talvez não te preocupes mais com o trabalho
das Parcas, preferindo recitar a quadrinha do poeta português Alberto Rebelo de
Almeida:
“Pensar na morte, por quê?
Meu irmão, deveis notar:
A morte não é morrer,
Mas de novo começar!”
Com a insaciável ânsia, cantada por Goethe em sua
titânica epopeia FAUSTO, nos colocamos cem vezes o problema pavoroso da morte:
É nosso mundo o ÚNICO MUNDO?
Interrogação arrojada que não é, em última análise, senão
o TEMA WAGNERIANO DA JUSTIFICAÇÃO em que a Elza simbólica de nossa alma
atormentada bate com força às portas do desconhecido, em demanda do Lohengrin
de sublime pátria e de secreto nome que há de chegar para fazer justiça a
nossas torturas de rebeldes caídos. Interrogação a que nossa consciência psicológica,
responde sempre com Lucrécio (De Rerum Naturae):
Não se pode
duvidar de que no espaço infinito existem outros homens, outras mentes e outros
mundos!
Ou respondemos com esta outra frase, resumo de toda a
nossa ciência positiva: À unidade da matéria em todo o cosmo – evidenciada pela
análise espectral – é à unidade da energia inteligente que preside ao cosmo
(P.I.E.) do mesmo modo que nossos cálculos e observações evidenciam,
corresponde necessariamente uma suprema vida, um universal e eterno vir a ser
evolutivo, que jamais esgota sua harmônica policromia vital, não só nos milhões
de milhões de astros que pululam no abismo cerúleo, como também no seio fecundo
de cada um desses citados astros.
Tão arraigada se
acha, com efeito, essa “ideia inata”, no dizer de Leibniz, nas mentes de todos
os homens, que hoje mesmo o mundo vem sentindo o calafrio do sublime em face da
mera notícia de haver-se acreditado receber esquisitos sinais radiotelegráficos
de Marte, planeta; vizinho nosso.
É certo que
múltiplos tratadistas, antigos e modernos, citados por Flamarion em sua já clássica
Pluralidade dos Mundos Habitados, (ao qual sempre refiro como; Pluralidade das
Existências) intuíram e fantasiaram prodigiosamente o que vai com os seres de
outros astros e até mesmo com o espaço interplanetário, os quais, fazendo parte
de nosso “arquipélago Solar”, mais hoje mais amanhã, ou em vida ou em morte,
terão de comunicar-se conosco.
Eduquemo-nos!
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