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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Dos três tipos de indiferença


O psicanalista e filósofo Jurandir Freire Costa fala de três tipos de indiferença na nossa sociedade. O primeiro é o das classes dirigentes e das elites em relação aos pobres, que são vistos como "coisas", não como pessoas. Quem não foi reconhecido como cidadão também passa a não reconhecer o valor do outro. A explosão da violência urbana é o resultado do segundo tipo de indiferença: a dos excluídos em relação às elites.

A vida dos privilegiados deixa de ser vista como algo importante por aqueles que estão à margem da sociedade. E assim, pode-se matar para conseguir um brinco, por exemplo.



O terceiro tipo de indiferença apontada por Jurandir Freire Costa é o das elites em relação a elas mesmas. Enquanto o caos toma conta das cidades, multiplica-se o consumo de tranquilizantes, antidepressivos e drogas, como o álcool.
“Por exemplo, se alguém se sente um pouco mais gordo, se falta desejo pelo companheiro ou pela companheira, se alguém perdeu uma pessoa querida e está triste, rapidamente é medicado. A pílula vai resolver o seu problema. E com isso, se plastifica o afeto das pessoas”.

Ou seja, diante de uma sociedade que parece desabar, a única coisa a fazer é salvar a si mesmo. Na falta de um projeto coletivo, a busca pelo sucesso individual, pelo bem-estar e realização pessoal, se torna cada vez mais importante. Da mesma forma, o horror ao fracasso.
O que choca hoje não é tanto a quantidade de crimes e escândalos políticos que vemos todos os dias nos jornais, mas a absoluta indiferença com que reagimos a tudo isso.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Slow Down.


Take it easy  And I never get tired of saying.

Frequentemente nos sentimos tão distantes de casa, do amor, das respostas, dos “amanhãs” que secretamente esperamos. Nos sentimos tão longe da vida…

Mas a vida nunca está realmente longe. A vida nunca pode estar à distância. A vida está sempre aqui, onde nós estamos, e somos inseparáveis do seu brilhante esplendor de luz e sombra.

Não há urgência. O verão não corre em direção ao outono. Uma pequena folha de grama não está tentando crescer mais rápido do que a sua vizinha. Os planetas giram lentamente em suas órbitas. Este universo antigo não tem pressa.

Mas a mente, sentindo-se tão dividida da totalidade, quer respostas agora, querer soluções hoje, querer saber tão desesperadamente. Quer alcançar suas preciosas conclusões. E, no fim, quer estar no controle das coisas.

Mas você não é a mente. A mente é um aspecto do todo, mas não consegue capturar o todo…

Então desacelere, amigo. Faça uma profunda e consciente inspiração. Confie no lugar que você está, no lugar do “ainda sem respostas”, o precioso lugar de não saber. Este lugar é sagrado, porque é 100% vida. Está repleto de vida, saturada com a vida, transbordando vida.

Não tente se apressar para a próxima cena do filme de “mim”. Esteja aqui, nesta cena, Agora, a única cena que existe.

Agora é o lugar onde as perguntas descansam e as respostas crescem, nos seus próprios tempos…

Jeff Foster, Slow Down.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Vítimas do Facebook


“Is in education! Everything what are you doing or what you use, makes you an Utente = User.”

Commend!

"O comportamento das pessoas parece ser mais artificial, forçado, imitado e supérfluo, em troca de maior notoriedade ou aceitação. Isso é evidente nas redes sociais mas também em convívios entre amigos e colegas. O fundamental é saber a senha do “wi-fi”, estar online, mostrar actividade e mostrar-se a quem está num outro ecrã, mesmo que tenha pessoas sentadas ali mesmo." Eduquemo-nos!

“O mundo hoje é um lugar diferente daquele em que muitos de nós crescemos. A nossa experiência do mundo parece ser estranha. As pessoas fazem coisas inconvenientes. As antigas ‘regras’ não se aplicam, e ‘estamos’ muito confusos. Estamos passando por uma época de muita transformação, que só se compara a meados do século XVI. Todos estamos conectados. Todos fazem coisas que nos afetam. Temos um efeito em pessoas que nem sequer conhecemos, em lugares distantes no mudo todo. Então é importante que todos nós percebamos que, o que eu faço aqui afeta você lá, porque não existe lá, só existe aqui.”
Dr. M. Ferdeman – Educador e especialista em mídia.


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Químicos nos Alimetos


Produtos químicos conhecidos por serem tóxicos, tais como formaldeído, uma substância que causa câncer, são legalmente utilizado nestes materiais. O formaldeído é amplamente presente, ainda que em níveis baixos, em plástico refrigerantes garrafas e louças melamina (plásticas) '

Estudos têm demonstrado que todos nós temos traços destes produtos químicos em nosso organismo. Isso significa que não é possível realizar um estudo comparando as pessoas que tenham sido expostos a eles com as pessoas que não têm.

Mas, uma avaliação de base populacional é uma necessidade urgente, bem como bio monitoramento para estabelecer quaisquer ligações potenciais entre os produtos químicos de contato com alimentos e as condições crônicas, como câncer, obesidade, diabetes e doenças neurológicas e inflamatórias, particularmente, dado o conhecido papel de poluentes ambientais.

"Como a maioria dos alimentos são embalados, e toda a população é susceptível de ser exposta, é de extrema importância que as lacunas no conhecimento sejam preenchidas rapidamente e de forma confiável".

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Arquétipos dos Opostos (O lado escuro de Eros)


Há um jogo de forças dentro de cada um de nós que dominamos ou somos dominados por elas. É daí que proliferam os conceitos patológicos na busca intensa da razão em dar nomes às diferentes intensidades e modos de ser dessas forças.

Carl Gustav Jung (1875-1961) apropriando-se da teoria de Platão (nunca fui condenado pelo que eu fiz) denominou essas forças de arquétipos e propôs uma saída dessa luta terrível dos opostos. Para isso se apropriou também do conceito de símbolo tratado pelo teólogo, filósofo e místico Nicolau de Cusa (1401-1464) indicando a possibilidade da união dos opostos. A sua psicologia então, torna-se uma psicologia simbólica, no sentido de ser justamente aquela que propõe o resgate do sentido e da despotencialização do instinto pelo reconhecimento do arquétipo. Em outras palavras, e nisso Sade é um mestre: Justine é uma jovem que, sendo raptada, violentada, torturada e degradada, representa a inocência da alma humana constrita a conhecer a força escura da sombra a ser percebida e assimilada quando possível. Criança, religião, família, inocência, pureza tudo isso à mercê do libertino e da corrupção.

Há um lado escuro do Eros (enquanto pornéia, pois o Eros tem outras dimensões) que destrói, corrompe e mata. Se encontrarmos o símbolo, diz Jung, podemos escolher não atuar sobre o mundo externo, porque aquilo que se quer destruir, corromper e matar é o modo de ser das próprias forças, transformando-as. Dizer isso é dizer que o pedófilo, se buscar a tomada de consciência de sua ação pode descobrir que é dentro dele que está a possibilidade de transformação do desejo e da compulsão para esta ação que o leva até a criança. Não quero fazer o mal diz são Paulo. Mas faço!

A moral de acordo com Nietzsche (não o Zaratustra) é constituída a partir da repressão e contenção dos instintos humanos o que não significa que possa ser experienciada por todos os homens uma vez que uma moral profunda traz consigo uma tremenda exigência que dá à vida verticalidade, sacralidade, significado e valor. Que tipo de força interna de caráter pode um homem que não consegue dizer não a um prazer ou a uma fantasia de prazer? Poderão os escravos dizer não para as cebolas do Egito em prol de uma terra prometida que se encontra para além dos desertos?

Nem todos conseguirão se libertar. É preciso que haja um ego capaz de lidar com as forças, assim como, é preciso saber de que modo lidar com essas forças. É preciso acima de tudo, a consciência de que a distância entre a fantasia e a ação é muito pequena e frágil. Mais que isso, é preciso que se saiba que todo vício é compulsivo. É autônomo e age por si mesmo. Fascina, para bem e/ou para o mal.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Cuidado com "os burros motivados"


Como tudo que se lê hoje, em dias atuais, praticamente tem certa semelhança com o passado e que tem ligações com o individuo e seu todo, por assim dizer - qual 'classe', estereótipo pertence, religiões, políticas e lutas, deixando um 'Shake hands' e 'uma breve visão', resolvi compartilhar.

Super-heróis não existem. Porém, não quer dizer que não se possa fazer uso de superpoderes. O poder da escolha é um destes, o poder de pensar faz chegar a um consenso, o de discernir em julgamento da causa: Se coletiva, se individual, se boa, se má; o bem do mal.

Chamou-me a atenção no texto de @Shinyashiki quando diz que: A gente não é super-herói nem superfracassado. A gente acerta, erra, tem dias de alegria e dias de tristeza. Não há nada de errado nisso. Hoje, as pessoas estão questionando o Lula em parte (destacar em parte) porque acreditavam que ele fosse mudar suas vidas e se decepcionaram.

Tratando-se de um sistema tão complexo, composto de vasta gama de Handshakes, Chamo-me à atenção para com a condescendência... Jamais retirar o mérito das benfeitorias, pois não há seperfracassos e nem super-herói.

Destacar em parte, porque dentro desta ‘Arca de Noé’ em mundialização que é a nossa sociedade, Pois, o futuro chegou e não foi ontem, deveria recordar aquela máxima antiga, se eu entendo que Deus me desentenda; Dai, pois, a César o que é de César... Assumir as próprias responsabilidades, e tirar a carga de quem ‘titulamos’, rotulamos heróis, por ter errado aqui ou acolá, ainda mais ao estar a tratar dos interesses da ‘Arca”. Se sei do que digo, pois posso estar inserido na classe dos burros motivados, assim continua @Shinyashiki ao dizer: A crise será positiva se elas entenderem que a responsabilidade pela própria vida é delas.

Porém, isso não iliba em parte de haver partes reclamantes de coisas que aconteceram de forma errada. Contudo, não esquecer das benfeitorias alcançadas neste longo processo de melhoramento nos indivíduos. Quando o homem considerar a vida, uma oportunidade valiosa de crescimento moral e de conquista dos valores eternos, bem diversas são as colocações filosóficas em que se movimenta. Os sofrimentos adquirem um significado próprio dos quais retira valiosos recursos de paz e temperança para uma vivência útil. O fardo dos problemas se dilui ante uma atitude correta de considerar as dificuldades e sublevá-las, solucionando cada uma conforme está se apresente.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O Preconceito - De um lado ou de outro, uma Ignorante chaga na Humanidade.

De todas as nossas antigas aquisições, nas quatro partes do mundo, afora a Europa, a que se impregnou profundamente do espírito e das feições do velho povo navegador é exatamente o Brasil. E, pois, se esta é a nossa mais honrada e lusitana criação, como havemos de menosprezar os que por seus feitos nos ilustram e patenteiam não haver degenerado da velha raça portuguesa? Como havemos de sorrir daqueles que não deixaram perder a terra à míngua de bom amanho, o germe que a metrópole confiou à gleba produtora?

Depreciar, pois, o brasileiro é como que motejar-se a nós próprios e desdourar o mais alto monumento da nossa energia nacional.
Julgamos, pois, interpretar o voto de Portugal, afirmando que neste povo não há senão afetos cordiais para com aqueles a quem prezamos como amigos e amamos como irmãos; onde muitos se fizera Pais e tantos outros nossos filhos.


Em tempo, ó patrícios, em defesa cá dos meus que amo; não te esqueças de Martinha, donzela fula e encarnecida que é oblonga: símile das norte-americanas. Parteira afamada: praticou num hospital masculino. Em vistas do que o governo deu-lhe ordens para abrir um calugi. Conhecedora exímia de preciosidades literárias, como a donzela Teodora, a princesa Magalona e Bertoldo... Ama tanto os parrudos, que só come cebolas com batatas. Vê se lê a buenadicha e conhece pevides.


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Das Paixões

“As “Paixões” são como um cavalo que é útil quando governado e um perigo quando governa.  Reconhecei, pois, que uma paixão se torna perniciosa no momento em que a deixais de governar e quando resulta num prejuízo qualquer para vós ou para outro.”


  As paixões são alavancas que duplicam as forças do homem e o ajudam a cumprir os desígnios da Providência. Mas, se em vez de as dirigir, o homem se deixa dirigir por elas, cai no excesso e a própria força que em suas mãos poderia fazer o bem, recai sobre ele e o esmaga.

  Todas as paixões têm seu princípio num sentimento ou uma necessidade da Natureza. O princípio das paixões não é portanto mal, pois repousa sobre uma das condições providenciais de nossa existência. A paixão propriamente dita é o exagero de uma necessidade ou de um sentimento; está no excesso e não na causa; e esse excesso se torna mal quando tem por consequência algum mal.

  Toda paixão que aproxima o homem da Natureza animal o afasta da Natureza espiritual.

  Todo sentimento que eleva o homem acima da Natureza animal anuncia o predomínio da Alma sobre a matéria e o aproxima do melhor.




  “As “Paixões” são como um cavalo que é útil quando governado e um perigo quando governa.  Reconhecei, pois, que uma paixão se torna perniciosa no momento em que a deixais de governar e quando resulta num prejuízo qualquer para vós ou para outro.”


Ilídio Lima, por ‘Douta Ignorância’