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domingo, 30 de outubro de 2011

It's a long long long long way

Ah! estas assembleias, são tantas as observações apontadas, são aulas para um eterno aprendiz. Falando em “aulas”, fui questionado sobre onde seria o local, a sala de estudos deste conselho. Respondo de imediato: Café Parque. Sim, parque porque tem brinquedos no park, em frente ao café. Simples assim. E veio mesmo bem a calhar, é onde ficam os pupilos a brincar enquanto os seus pais reúnem-se em resenha. É neste café onde come-se “manteiga de gente fina”, essa só tem aqui do lado, indo a norte, na vizinha Esposende. Adorável senhora. Amabilíssima! Gentileza e simplicidade é tudo.

Contudo, dar-se início ao nosso bem estar em conviver, nossas conversas e seus ene`s assuntos, como sempre acompanhadas por hinos, taças, (eu como sempre vou de C.S.A.) várias prosas, até poesia.
Estas, vem de senhores mais experientes, sábios condutores nas estradas da vida. (Sábios por resultado de convicção pessoal que os sábios podem ter como indivíduos, independente de sua condição de sábios, “títulos “). Onde dentre estes eu ,sou o mais jovem.

Bem, e como já sabíamos, mas só fora confirmado mesmo nesta, é que três entes queridos de dois dos membros do conselho vão imigrar. Um casal, onde a filhota deles fica com os avós até o reencontro com os pais, estes vão para o Brasil, Belo horizonte precisamente e o outro amigo para Angola. Este, se não estou enganado é no ramo Têxtil. Não importa ou importa, enfim, isto é apenas o reflexo da situação económico - social - financeira ruim em que nos encontramos hoje.

Eng. Civil e Telecomunicações, Arquitetura e Urbanismo vem em acessão no mercado Brasileiro. Angola se não estou enganado é o Têxtil.
O “Dido” vem a um ano trabalhando como engenheiro sem contrato efetivo, com descontos a “recibos verdes”,( assim também eu na enfermagem) ciente que o mercado da contrução civil caiu de maneira brutal, não só este (mercado) como de outros dezenas. alguns ainda vem sobrevivendo, mas desesperançados com relação ao próximo ano. Complicado! Vejo-me assim também. por hora ainda respiro, mas matematicamente falando, a soma do produto final é negativa, os encargos estão cada vez mais sufocantes e clientes mal pagadores e não pagadores contribuem para o fecho.

Ele esta constantemente a enviar currículo para as empresas no Brasil, conversamos muito a respeito e deixei-lhe alguns indicativos a seguir, é mais um que provavelmente vai deixar a terra natal, pelos mesmos motivos que os demais. Vejo os de hoje refazendo o caminho que nossos avós e pais fizeram num passado não muito distante, sei que toda aquela promessa da UE, suas diretrizes e seus mandatários, não passavam e não passam de engodo, eles também reconhecem hoje este engodo. Falam mesmo até com uma certa vergonha, não queriam embarcar nesta, queriam mesmo trabalhar e produzir em Portugal. Eu compreendo bem o que dizem e o que sentem neste momento e de ambos os lados.
Porém, incentivo-os a irem, que tenham coragem e acima de tudo, fé.

Em tempo, dando continuidade ao sarau, o fluir da conversação estende-se entre mais taças e hinos, versos e prosas, e é nestas que nos lançamos a temas, tais como: Felicidade, o sucesso, o amor, o dinheiro, o trabalho, os sonhos, a vida em seu todo.
Estes, acompanha-nos desde sempre. Não a hoje alguém que diga o contrário, em qualquer conversa seja aqui ou acolá, estes temas sempre estão presentes.
Dizem: “ Tudo que é bom acaba”. Não sei bem, pois é na convivência com estes que percebo quase sempre que todos nos chegamos e alcançamos sucessos nas nossas empreitadas, alegrias, cultura, educação, intelecto, constituição de famílias, IN-famílias e ainda com muita saúde e continuamente vivos sempre.“It's a long long long long way”
Cada um com os que lhes foi atribuído, conquistado, seja por meio do esforço próprio, seja por bem aventurança, enfim. Os testemunhos são evidências mais que suficientes.

Partindo de um ponto de vista subjectivo, alcançado os objetivos, assim chamado por muitos, com relação aos temas citados acima, chagamos então ao fim?
É quando chegando então ao apogeu o homem pensa; Foi tão fácil conseguir? Sim ou não? Pois, Bem isso! Já lá esteve, já lá esta? Agora pergunta-se, e dai? A um breve silêncio, cada um com seus botões.( este silence, induz-me a uma
aquiescência Faz lembrar-me Raul em Ouro de Tolo, Como também Chico e Milton em Cálice, Tipo; Cidadão comum a la Belchior).

vê-se entre uns e outros, no indivíduo, cidadão e as historias de vida, passagens, fragmentos. "Revelações" e como sempre surpreendentes. "BUM" Como somos mesmo iguais. Independente do dialeto, cor, credo, etinía, somos produto da mesma essência orgânica, divina, intelectual; Adjacências.
Alguns atuam em polos “IN”, outros “OUT”, outros ambos. (Kaibailon)
”A medida proporção destes depende sempre da mens sana corpore sano”. E assim vai dando-se forma e continuidade ao ser, uno ou coletivo
.
O indivíduo e suas conquistas são continuas, não cessa. É uma Lei

Então como só posso responder por mim, pois o homem é o exercício que faz e como foi eu a expor estas digo; E dai é que lanço-me novamente a vida, o que conquistei fez e faz parte do progresso, não detenho-me única e exclusivamente no ponto de vista de minha especialidade ou especialidades adquiridas.

Todo homem que dedica-se a uma única especialidade escraviza a ela suas ideias. Afastai-o do assunto ao qual ele domina e ele quase sempre se confundirá. É esta ainda a fragilidade de muitos.

Ideologia onde andas, onde estão teus seguidores, qual lado encontrar-te-ei? Meus heróis morreram de overdose.
Há uma quase unanimidade nas replicas e treplica de cada um dos presentes sobre minha narrativa, não fugindo muito ao conteúdo exposto, chegamos bem a entender que o que valeu mesmo foi o caminho trilhado, suas curvas e derrapagens, os desafios de mais uma trip, esta que ainda estende-se, das experiências que vivemos, quantos conceitos já revistos, outros tantos a rever, a refutar. E assim segue, também tenho cá meus botões!

E já as tantas, (an old song, a la Chico "Suspirando pelas alcovas") a descer a rua da lapa caminhando, destino ignorado, mas com a continuação sempre de bons fluidos, com pessoas INgente, segue a harmonia.



Com uma noite mansa e não tão fria, a prosa faz-se outra vez poesia, agora não a cantos e as taça por hora deixamos vazias.

As rizadas com euforia, testemunham alegria de um bem a guardar.

"E era assim: Tinha arrebol ao nascer"





domingo, 23 de outubro de 2011

UM "CONTO" JINA

 “Domingo, 10 de Janeiro de 1588. Entre duas e três da tarde, a légua da barca de castejón, quem vai para Corella, a mão esquerda, no monte chamado Cierso, apareceram quatro esquadrões de soldados muito grandes, que saiam da terra vestidos de preto. Apareceram três vezes. Na primeira, surgiram como que uns 40 ou 50 homens, que voltaram a sumir-se debaixo da terra. Na segunda, dali a pouco, no mesmo local, tornou a manifestar-se outro esquadrão de gente, maior que os outros, no meio do qual se viu um guerreiro maior que os demais, vestido de branco, a caminhar em direção ao Ebro, rapidamente. Em seguida, tudo de esvaneceu, parecendo aos que olhavam a cena que a terra tragava um soldado após outro. Dentre em pouco, já se pôs em linha um verdadeiro exército, no dito lugar, dividido em duas alas, com uma bandeira enorme, azul, que, ao divisar a presença de curiosos, também sumiu debaixo da terra. Não demorou longo tempo, e eis que, no mesmo sítio, e de maneira imprevista, alinhou-se mais um exército mui numeroso, coisa espantosa e mais impressionante que sucedera antes, marchando em direção do rio Ebro, que pelo referido exército era circundado. Tal fato durou um quarto de hora; e, depois, tudo ficou em paz, sem alarde e tranquilo.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

(IVA) Insólitos Valores Amargos






Com a carga fiscal e tributaria que sofrem as empresas hoje em Portugal uma MPE não sobrevive.
O índice de micro e pequenas empresas (MPEs) que sobrevivem aos seus dois primeiros anos de funcionamento Caiu abruptamente. Segundo variações da OCDE, onde Portugal tem taxa negativa.

O IVA para estas, atinge de forma bem mais grave a actividade de muito mais empresas em, que têm muito menos margem de manobra, por três razões: (1) atingem um segmento de consumo já muito pressionado, o que leva a que as empresas tenham que assumir pelo menos uma parte da carga fiscal adicional, (2) o IVA afecta a estrutura de custos de todas as empresas, ou seja, não discrimina (como o IRC, por exemplo) entre empresas com bons resultados e empresas que enfrentem situações de pré-falência e (3) os aumentos do IVA agravam as pressões de liquidez das empresas que têm com frequência que o liquidar antes de receberem os pagamentos respectivos.

Além disso, os aumentos no IVA (passados e futuros) ameaçam conjugar-se com o impacto do corte no subsídio de Natal, constituindo-se como um autêntico cabo das tormentas que, no final deste ano e início do próximo, muitas empresas não conseguirão atravessar. Sobretudo no sector do comércio, que já tem sido brutalmente afectado pela austeridade. Convinha que alguém explicasse ao Ministro que empresas falidas pagam 0% de impostos.

Mas há ainda um aspecto estrutural sobre o qual um país em crise deveria reflectir. E, já agora, o espaço económico também em crise a que esse país pertence. A tributação directa sobre os rendimentos do capital e a tributação (quando progressiva) dos rendimentos singulares têm efeitos estabilizadores na economia que o IVA não tem, como se pode ver. Porque, ao contrário do IVA, as receitas da tributação directa reagem mais do que proporcionalmente às flutuações da actividade económica, arrefecendo-a em períodos de expansão e apoiando-a em períodos de abrandamento.

Assim, ao alterar a estrutura da sua receita fiscal, as economias que seguirem este caminho (e na Europa são todas), enfraquecem os seus instrumentos de resposta a contextos de crise. É um erro que nos vai explodir nas mãos nesta crise… e nas próximas.

Se não houver uma reforma na lei tributária para MPEs, sem a introdução de um sistema Supersimples na Lei geral para estas, empreender em Portugal é SUICÍDIO.



Mas, não desanimemos.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Conversa de Botequim

 Em recentes conversas com amigos e conhecidos, durante nossas (rappy hours) na boémia, discutimos a “História Geral”e temas que hoje nos invade constantemente, tal qual o ar que respiramos. A Crise económica, a indiferença social, a pobreza, entre “outros “.

Deparei-me com vários argumentos e conceitos não muito distantes em lógica da situação ao qual nos encontramos hoje. Cada um abordando os assuntos não só com o conhecimento intelectual que possuem, como também com experiências de facto evidenciadas ou   por saber de alguns que vivem em situações de risco, pobreza e “exclusão social.”

A pobreza pode ser entendida em vários sentidos, principalmente:

Carência material; tipicamente envolvendo as necessidades da vida cotidiana como alimentação, vestuário, alojamento e cuidados de saúde. Pobreza neste sentido pode ser entendida como a carência de bens e serviços essenciais. Falta de recursos económicos; nomeadamente a carência de rendimento ou riqueza (não necessariamente apenas em termos monetários). As medições do nível económico são baseadas em níveis de suficiência de recursos ou em "rendimento relativo". A União Europeia, nomeadamente, identifica a pobreza em termos de "distância económica" relativamente a 60% do rendimento mediano da sociedade.

Carência Social; como a exclusão social, a dependência e a incapacidade de participar na sociedade. Isto inclui a educação e a informação. As relações sociais são elementos chave para compreender a pobreza pelas organizações internacionais, as quais consideram o problema da pobreza para lá da economia.

Por esta ótica, a decadência intelectual pode prejudicar o desequilíbrio no mundo? 

Respondo sem titubear que sim, sem dúvidas. E é por essa razão que observamos hoje na paisagem político-social as aberrações e absurdos teóricos, os extremismos, operando a inversão de todos os valores. Vou mais adiante; Excessivamente preocupados com as suas extravagâncias, os senhores da “inteligência” trocaram o labor ético por um lugar de domínio. Valorando prebendas tangíveis da situação econômica.

A exclusão configura-se como um fenômeno multidimensional, como um fenômeno social ou um conjunto de fenômenos sociais interligados que contribuem para a produção do excluído. Coexistem ao nível da exclusão fenômenos sociais diferenciados, tais como o desemprego, a marginalidade, a discriminação, a pobreza, entre outros.
Numa situação de exclusão verifica-se uma acentuada privação de recursos materiais e sociais arrastando para fora ou para a periferia da sociedade todos aqueles que não participam dos valores e das representações sociais dominantes.

O excluído encontra-se fora dos universos materiais e simbólicos sofrendo a ação de um espiral crescente que culminará na incorporação de um sentimento de auto - exclusão.

A nível simbólico tende a ser excluído todo aquele que é rejeitado de um certo “universo” simbólico de representações de um concreto mundo de trocas e transações sociais.

Nas sociedades modernas ocidentais, contudo, pobreza e exclusão reforçam-se mutuamente.

Há diversos indicadores de desigualdade como, por exemplo, o coeficiente de Gini. (é uma medida de desigualdade desenvolvida pelo estatístico italiano Corrado Gini)

Em muitos países a definição oficial de pobreza é baseada no rendimento relativo e por essa razão alguns críticos argumentam que as estatísticas medem mais a desigualdade do que as carências materiais. Por exemplo, de acordo com o Gabinete de Censos dos EUA, 46% dos "pobres" desse país têm casa própria, tendo as casas dos pobres, em média, 3 quartos de dormir, 1,5 casa de banho e garagem. Além disso, as estatísticas são normalmente baseadas no rendimento anual das pessoas sem considerar a sua riqueza. Os limiares de pobreza usadas pela OCDE e pela União Europeia baseiam-se na distância econômica relativamente a uma determinada percentagem do nível mediano de consumo.

No entanto, definir pobreza torna-se um processo um pouco
complicado. “Se a pobreza se manifesta ao nível de determinadas condições
materiais de existência, caracterizadas por baixo nível de rendimentos,
condições habitacionais, precárias em áreas periféricas, frequentemente degradadas, ela está igualmente associada a um determinado modo de estar na vida, a uma forma particular de percepcionar a realidade.”


Porém, a conversa fluí e entre uma taça fresca aqui e outra “acolá”, uma matéria chama a atenção no noticiário e uma a mais, declaração dos Srs. “Doutores.” (risos) percebo que as contradições continuam e o cenário global da situação aterroriza.

Li um texto pela manhã no JN que 96% da população portuguesa, considera que a situação econômica do pais está mal e quase três em cada quatro (71%) acreditam que vai piorar, segundo um Eurobarómetro divulgado ontem em Bruxelas.
Como medir, calcular este coeficiente? Esta sondagem foi realizada em Junho - antes do anúncio das novas medidas de austeridade. A média europeia (UE 27 ) e de 67% de descontentes com a situação nacional, contra 3% de insatisfeitos.
Uma “investigação” do INE divulgada em noticiário, revelou que em cada 05(cinco) dos portugueses um(01) é pobre. Pergunto: Onde fora realizado este estudo?
Quais os critérios e questões abordados neste? Quem avalia e como caracteriza as respostas destes “ cidadãos “? Por isso minhas perguntas. Pois cá na Póvoa de Varzim e em Vila do Conde desconhecemos tal sondagem, como também perguntado ao mais novo membro deste colegiado, morando atualmente em Braga, se o mesmo soube de tal, nem mesmo ouviu falar. Durante a conversa isso foi unânime, pois os presentes conhecem de fato famílias com 05 ou mais cidadãos portugueses que são “pobres “. (observem a incongruência de ontem para hoje das informações em rede) . Com mais “informações” adicionais, qual indicativo usar?


Ainda durante o dia o Sr. José Gomes Ferreira economista e comentarista da SIC nos revelou mais alguns dados interessantes sobre o plano econômico do tipo. Que para além da austeridade ainda vamos pedir dinheiro ao exterior novamente, os portugueses viveram a ilusão de que eram ricos. Ou seja; estas mais pobres e vai ficar ainda mais. Isso era tema de conversas em nossos encontros como os citados acima, dentro dos anos de 2004 e 2005. “ Tomamos um susto com esta revelação hoje, não por não sabermos disso, mas sim por termos falado nesta a 6 anos atrás. E onde se teve um aviso de tudo isso em 2008.


Outro dado importante revelado por um dos membros do nosso conselho é que segundo alguns senhores da educação, diretamente relacionados a FNE, Os mesmos não sabem se haverá escolas e se será para todos nos anos que se avizinham.

Questão inserida pelos participantes do conselho boêmio. Os professores, formadores, educadores, gestores da educação, tem plano pedagógico hoje para esta realidade com seus alunos? Os formadores de formadores de educadores e vice-versa estão preparados e com metodologias especificas para tal? Se cobramos clareza e verdade da situação real aos senhores do estado para conosco cidadãos, o que será dito ao meu filho na sala de aula a respeito disto? Será melhor fechar os olhos e os ouvidos dele assim como também os de outros centenas? Ainda mais quando percebo que educação não esta dentro das estatísticas do plano de orçamento para 2012 num conceito geral, tanto pública, privada, quanto público-privada. “Parcerias que convém”.

Isso sem falar na saúde dos portugueses que segundo estimativas a crise econômica vai acabar por reflectir-se no nível de saúde da população, fruto das privações a que o período de contenção pode obrigar. E que pelo plano de orçamento para 2012 isso vai bem mais longe do que imagina-se.
A promoção da saúde pública é, essencialmente, a prevenção. Ora, apenas 3% dos orçamentos europeus de saúde são dedicados à prevenção. "É muito pouco, os governos não investem porque a prevenção não tem resultados imediatos",

Recordo porém de uma nota que escrevi sobre desperdício do estado na saúde:
Num ano negro para a despesa do Estado com remédios, 40% é atribuída à fraude.
Do total das despesas do Estado com a comparticipação de medicamentos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) em 2010, 40% é potencial fraude, conclui uma auditoria da Inspecção Geral das Finanças (IGF) ao sistema de prescrição e conferência de facturação de medicamentos do SNS.
A IGF já tinha alertado em relatórios anteriores para a fraude no sector dos medicamentos, o motivou, aliás, participações da IGF ao Ministério Público. Os valores agora apurados referem-se apenas a uma amostra de três milhões de euros, dos quais 1,2 milhões são identificados como irregulares.


Surge porém dentro da conversa, a questão da pobreza urbana. Tal como se fosse uma nova geração inserida no contexto atual e no que virar a existir, pois esta já coexiste.

(…) O mais característico do urbanismo,como é entendido actualmente, não é, todavia, a concentração
geográfica, nem o número elevado de pessoas que vão viver em cada núcleo, mas a possibilidade enorme de relações e comunicações entre as pessoas duma determinada área.”
(Gameiro)

Ou seja; a cidade começa a ser o modo de vida preferido para as “Sociedades “. O significado social do urbanismo começa a ser muito plural, principiando uma espécie de mentalidade colectiva da qual as pessoas se identificam. Como tal, a urbe vai ser, cada vez mais, um espaço muito instável, frágil e violento, de tensões sociais, tornando-se portanto, num espaço de disputa social.
Segundo o mesmo raciocínio, percebo desde logo que vão surgindo diversas patologias de todo este fenómeno. Destacam-se entre elas o paupérrimo urbano e a delinquência associada ao crime, à prática de roubo, ao saque, à exclusão do trabalho, etc.

Isso é muito grave. Eu acho que as pessoas precisam pensar mais de forma coletiva.
“Tem uma série de valores a serem preservados: a solidariedade, o respeito pelo outro, a tolerância àquilo que é humano”.
Nós temos que parar e pensar. Pensar profundamente, por mais que isso seja difícil, provoque sofrimento, provoque angústia, e que a curto e médio prazo nós não tenhamos nenhuma resposta. Mas é fundamental parar e refletir sobre isso.
“Isso é o nosso poder, para o bem e para o mal, é o nosso poder.”
Contudo, peço mais um café dando seguimento a resenha que prossegue em prosa e poesia.
Chegando ao desfecho com a “Indiferença Social” De cara levanto antes da abordagem do tema, as questões: 
O que é ética? Por que ela é importante na vida em sociedade? Qual a relação entre ética e indiferença? Qual a relação entre ética e moral-cívica? Sendo moral um conjunto de regras, válidas para todo mundo, que determinam nossa conduta em sociedade: como devemos agir para não ferir o direito do outro e respeitar o bem comum, como agir diante dos diferentes desafios morais e cívicos? É daí que nasce a ética.


“Uma atitude ética é um estado de atenção com a vida”,

Uma conduta ética é antes de tudo uma tomada de posição. Uma atitude. Por isso, nada mais antiético do que a indiferença. Estar indiferente é abandonar toda tentativa de interferir nas coisas, de mudar - o que acaba tornando a violência, a corrupção, o desrespeito, um hábito. A indiferença é a banalização do mal.
A cultura de indiferença com a pobreza, em particular, é ao mesmo tempo estruturada e estruturante. Estruturada, pois esta indiferença tem manifestações já estabelecidas e consolidadas que se manifestam por meio de expressões cotidianas de banalização com a vida humana e o descaso com sofrimento produzido pelo agravamento da vulnerabilidade social. Estruturante, pois essa cultura da indiferença é afirmada e reafirmada continuamente por meio de diversos processos de socialização em diferentes espaços sociais, por meio de práticas sociais, que expressam comportamentos absorvidos como normais e naturais.
Sendo a pobreza um fenômeno social ela é a "síntese de múltiplas determinações". Portanto, é consequência direta do processo de exploração e expropriação do processo de produção econômica, em que o aumento da pobreza passa a ter significado explicativo na medida em que se desmonta a funcionalidade do sistema econômico que a gera. Não obstante, a pobreza como fenômeno social inquieta de diversas maneiras, seja porque ela evidencia o sistema econômico como fonte de desigualdade ou pelo fato de tornar-se um perigo constante frente a tênue ordem estabelecida.

“Se alguém é exposto demasiadamente à violência, como acontece hoje, banaliza a experiência da violência.
Então, nós vivemos num mundo extremamente banalizado”,
A banalização leva à indiferença. E o que a indiferença faz é desconsiderar e desqualificar o outro. Uma pessoa ignorada é como um objeto, sem vida, sem importância.

 “Quantas vezes passamos por uma criança no chão, dormindo, e sequer paramos para olhar para ela? Ao contrário. Tratamos de virar o rosto

Alguns psicanalistas e filósofos falam de três tipos de indiferença na nossa sociedade. O primeiro é o das classes dirigentes e das elites em relação aos pobres, que são vistos como "coisas", não como pessoas.
Quem não foi reconhecido como cidadão também passa a não reconhecer o valor do outro.
A explosão da violência urbana é o resultado do segundo tipo de indiferença: a dos excluídos em relação às elites.

A vida dos privilegiados deixa de ser vista como algo importante por aqueles que estão à margem da sociedade. E assim, pode-se matar para conseguir um brinco, por exemplo.

O terceiro tipo de indiferença apontada por Jurandir Freire Costa é o das elites em relação a elas mesmas. Enquanto o caos toma conta das cidades, multiplica-se o consumo de tranquilizantes, antidepressivos e drogas, como o álcool.

“Por exemplo, se alguém se sente um pouco mais gordo, se falta desejo pelo companheiro ou pela companheira, se alguém perdeu uma pessoa querida e está triste, rapidamente é medicado. A pílula vai resolver o seu problema. E com isso, se plastifica o afeto das pessoas”.

Diante de uma sociedade que parece desabar, a única coisa a fazer é salvar a si mesmo. Na falta de um projeto coletivo, a busca pelo sucesso individual, pelo bem-estar e realização pessoal, se torna cada vez mais importante. Da mesma forma, o horror ao fracasso.

O que choca hoje não é tanto a quantidade de crimes e escândalos políticos que vemos todos os dias nos jornais, mas a absoluta indiferença com que reagimos a tudo isso.

Talvez este seja o sinal de um desejo de destruir o que não temos coragem de transformar.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Senhores que mentem.

É que entre idas e vindas de um tribunal a outro, com assuntos relacionados a família, esta, nossa maior dádiva como também nossa maior moratória. (Não falo por mal, apenas é o que convém ao momento). Como diria Balzac.
"A gratidão é uma dívida que os filhos nem sempre aceitam no inventário"

Mas é assim: Minha senhorita avó de 90 anos não esta bem conformada com a decisão estabelecida pela Exma. Senhora Doutora Juíza em direito cível a respeito de sua causa em fórum com relação a sua moradia. Pois! Depois de 53 anos a viver nesta, deve retirar-se pois a câmara da freguesia a qual a casa esta localizada, deu parecer favorável a um senhorio que não tem recursos para cumprir com as obrigações que cabe a este ,sobre o respeito e responsabilidade que o assunto pede. (Isto dito pelos senhores doutores Advogados, como também no meu ponto de vista). Como também ouvi o argumento onde a narrativa foi: Se tiver que favorecer a um, serão vários a seguir com os mesmos direitos ( Não escutam nem mesmo o que dizem). Se é “Direito”.

Chego a pensar que todas as autarquias estão, preparadas? Para acolher a estes? Pois a mim, parece que há muitos em, tal situação?

Onde ainda escutei do senhor doutor: Nesta idade já devia estar no lar para idosos. (Ainda bem que os filhos destes senhores não encontravam-se presentes, pois já saberia o que fazer no futuro próximo. Chega ser até desumano).
A mim não parece justo, mas o que dizer de um justiça midiática, onde pouco importa o que esta em causa e sim quem esta participando desta e o que este “é “ou “represente” para os “presentes” (E quem hoje não é midiático, não fica bem na foto) ou seja; não anda ao pé destes. Ainda mais dentro de uma pátria meretriz e desvairada no vício Poliparapsicótico do capitalismo , seus conceitos e correligionários. No meu conceito, o “Lar” seria o último recurso quando esgotada toda e qualquer hipótese de uma solução mais digna e moral a esta cidadã, que contribuiu e muito em seus deveres cívicos. Não digo que inexista centros de referências para idosos no pais e serviços com qualidade nos cuidados que diz respeito a terceira idade, mas em pesquisa realizada por mim e alguns amigos, dentro do “mercado” de cuidados a idosos, chegamos a conclusão que os custos de acesso a estes tornara-se muito mais dispendioso, modestamente falando, quanto absurdamente caro. O estado julgar a favor desta situação e contra a esta senhora é no mínimo Genocídio ético moral e profissional generalizado em direito. “ Senhores Feudais do século XXI ” Por trás de títulos, togas e interesses pessoais. Mas não generalizo, ainda há homens de bem e profissionais honestos na terra.

Foi quando durante a audiência um simpática senhora ao meu lado sussurrou: sabe quais são as propriedades dos advogados:
. Se eu gosto disto, é meu.
. Se está em minha mão, é meu.
. Se eu posso tomar de você, é meu.
. Se estava comigo agora há pouco, é meu.
. Se é meu, nunca pode parecer ser seu.
. Se parece ser meu, é meu.
. Se eu acho que é meu, é meu.
Rimos um pouco e baixinho claro… Lógico que eu não ia perder a oportunidade de contribuir com o meu e perguntei: A senhora sabe porque cobras não picam advogados? Não? Ética profissional. Bem medido e pesado, nem sei mais o que dizer.

Isso só mi faz relembrar frases de uma velha canção de outrora, quando diz que; Entre um rosto e um retrato, entre o real e o abstrato, entre a loucura e a lucidez, entre o uniforme e a nudez, entre o fim do mundo e o fim do mês. Eu me sinto passageiro de algum trem que não passa por mim, então parem o mundo que eu quero descer, para descansar um pouquinho e depois retornar a batalha. Esperem sentados a rendição, nossa vitória não será por acidente.

 “São poucos os que de facto conhecem o significado das alegorias desenhadas no escudo de Aquiles“.

L: