Páginas

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Autoeducação.


“Enquanto há fome e desolação no mundo, sua “Santidade” distribui bênçãos e títulos nobiliárquicos, compensados com os mais pingues tributos de ouro. As canonizações custam verdadeiras fortunas aos países católicos. Para que muitos conseguissem um altar, como fez a França, por exemplo; para sua heroína de Domrémy, muitos milhares de francos foram arrancados à economia popular na época. A América do Sul ainda não conseguiu alguns santos do Vaticano, em virtude de sua carência de recursos financeiros à consecução de tal projeto. Enquanto o Vaticano se entende com o Quirinal sobre as mais pesadas somas de ouro, destinadas às atividades guerreiras, os padres se reúnem e falam em paz; enquanto o papa se debruça nos seus ricos apartamentos, passeando pelas suas galerias de arte de todos os séculos e pelas suas vastas bibliotecas, exibindo a imagem do Crucificado nas suas sandálias, ou entregando-se ao repouso no castel Gandolfo, há criaturas morrendo à mingua de trabalho, entregues a toda sorte de miséria e de vicissitudes.”.

Há necessidade de iniciar-se o esforço de regeneração em cada indivíduo, dentro do Evangelho, com a tarefa nem sempre amena da autoeducação.
Evangelizando o indivíduo, evangeliza-se a família; regenerada esta, a sociedade estará a caminho de sua purificação, reabilitando-se simultaneamente a vida do mundo.
  No capítulo da preparação da infância, não preconizamos¹ a educação defeituosa de determinadas noções doutrinárias, mas facciosas, facilitando-se na alma infantil a eclosão de sectarismos prejudiciais e incentivando o espírito de superatividade, e não concordamos¹ com a educação ministrada absolutamente nos moldes desse materialismo demolidor, que não vê no homem senão um complexo celular, onde as glândulas, com as suas secreções, criam uma personalidade fictícia e transitória.
Que longa tem sido a trajetória das almas!...  A origem do princípio anímico perde-se dentro de uma noite de labirintos; tudo, porém, dentro do dinamismo do Universo, se encadeia numa ordem equânime e absoluta.
      Da irritabilidade à sensação, da sensação à percepção, da percepção ao raciocínio, quantas distâncias preenchidas de lutas, dores e sofrimentos!... Todavia, desses combates necessários promana o cabedal de experiências do Espírito em sua evolução gloriosa. A racionalidade do homem é a suprema expressão do progresso anímico que a Terra lhe pode prodigalizar; ela simboliza uma auréola de poder e de liberdade que aumenta naturalmente os seus deveres e responsabilidades. A conquista do livre-arbítrio compreende as mais nobres das obrigações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário