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domingo, 15 de abril de 2012

DOUTRINANDO A CIÊNCIA

Educação Evangélica
  Todas as reformas sociais, necessárias em vossos (1- Do modus operandi dos Espíritos) tempos de indecisão espiritual, têm de processar-se sobre a base do Evangelho.

   Como? — podereis objetar-nos¹. Pela educação, replicaremos.
O plano pedagógico que implica esse grandioso problema tem de partir ainda do simples para o complexo. Ele abrange atividades multiformes e imensas, mas não é impossível. Primeiramente, o Trabalho de vulgarização deverá intensificar-se, lançando, através da palavra falada ou escrita do ensinamento, as diminutas raízes do futuro.

Necessidade da educação pura e simples
   Há necessidade de iniciar-se o esforço de regeneração em cada indivíduo, dentro do Evangelho, com a tarefa nem sempre amena da auto-educação.
Evangelizando o indivíduo, evangeliza-se a família; regenerada esta, a sociedade estará a caminho de sua purificação, reabilitando-se simultaneamente a vida do mundo.

   No capítulo da preparação da infância, não preconizamos¹ a educação defeituosa de determinadas noções doutrinárias, mas facciosas, facilitando-se na alma infantil a eclosão de sectarismos prejudiciais e incentivando o espírito de separatividade, e não concordamos¹ com a educação ministrada absolutamente nos moldes desse materialismo demolidor, que não vê no homem senão um complexo celular, onde as glândulas, com as suas secreções, criam uma personalidade fictícia e transitória.


Não são os sucos e os hormônios, na sua mistura adequada nos laboratórios internos do organismo, que fazem a luz do espírito imortal. Ao contrário dessa visão audaciosa dos investigadores (cientistas), são os fluidos, imponderáveis e invisíveis, atributos da individualidade de que preexiste ao corpo e a ele sobrevive, que dirigem todos os fenómenos orgânicos que os utopistas da biologia tentam em vão solucionar, com a eliminação da influência espiritual. Todas as câmaras misteriosas desse admirável aparelho, que é o mecanismo orgânico do homem, estão repletas de uma luz invisível para cegos olhos.

Formação da mentalidade cristã

   As atividades pedagógicas do presente e do futuro terão de se caracterizar pela sua feição evangélica e espiritista, se quiserem colaborar no grandioso edifício do progresso humano.
   Os estudiosos do materialismo não sabem que todos os seus estudos se baseiam na transição e na morte. Todas as realidades da vida se conservam inapreensíveis às suas faculdades sensórias. Suas análises objetivam somente a carne perecível.
Os corpos que estudam, a célula que examinam, o corpo químico submetido à sua crítica minuciosa, são acidentais e passageiros. Os materiais humanos postos sob os seus olhos pertencem ao domínio das transformações, através do suposto aniquilamento.



Como poderá, pois esse movimento de extravagância de espírito humano presidir à formação da mentalidade geral que o futuro requer, para consecução dos seus projetos grandiosos de fraternidade e de paz?

A intelectualidade académica está fechada no círculo da opinião dos catedráticos, como a ideia religiosa está presa no cárcere dos dogmas absurdos.
Oxford e Vaticano digitalizam os seus manuscritos
   Os continuadores do Cristo, nos tempos modernos, terão de marchar contra esses gigantes, com a liberdade dos seus atos e das suas ideias.

   Por enquanto, todo o nosso¹ trabalho objetiva a formação da mentalidade cristã, por excelência, mentalidade purificada, livre de preconceitos que impedem a marcha da Humanidade. Formadas essas correntes de pensadores esclarecidos do Evangelho, entraremos¹, então, no ataque às obras. Os jornais educativos, as estações radiofónicas, os centros de estudos, os clubes do pensamento evangélico, as assembleias da palavra, o filme que ensina e moraliza, tudo a base do ensinamento, não constituem uma utopia dos nossos¹ corações.


Essas obras que hoje surgem, vacilantes e indecisas no seio da sociedade moderna, experimentando quase sempre um fracasso temporário, indicam que a mentalidade evangélica não se acha ainda edificada. Eduquemo-nos!


A andai-maria, porém, aí está, esperando o momento final da grandiosa construção.
Toda a tarefa, no momento, é formar o espírito genuinamente cristão; terminando esse trabalho, os homens terão atingido o dia luminoso da paz universal e da concórdia de todos os corações.  

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