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quinta-feira, 19 de abril de 2012

PRIMEIRO AMOR


   Hoje no retorno para casa, ao caminhar pela rua do passeio alegre, encontrei com um miúdo, um jovem rapaz, filho de um casal amigo, vindo do liceu. Porém, um pouco fora da hora; terminou as aulas há um tempo, não custa nada então acompanha-lo até em casa, os pais na luta, hora suspeita, enfim. Sou pai também, um pouco de cuidados nunca é demais; em tempos atribulados ao qual andamos.
   Abordei o indivíduo, tipo assim; dá o serviço, a casa caiu – Então meu… saindo agora da aula? Ele abriu um sorriso e respondeu-me carinhosamente, como bem de sua natureza – vim da escola, mas não da aula. Como assim – repliquei – elucide-me, ainda não cheguei lá.
   Percebi no jovem mancebo, um ar maravilhado e continuei – estás em graça!
                        O amor é a asa veloz que
                      Deus deu à alma
                       Para que ele voe
                            Até o céu

               (Michelangelo Buonarroti)
   Devido a confiança que me tem, ele treplicou – sim, estou.
E, no desembaraçar da estória, ea, arrebatou-me para os meados de 83. Como ele, eu também era um miúdo responsável, sempre dizia a minha mãe aonde ia e onde ia estar. A rapaziada retrucava – tens sempre que dizer a tua mãe onde estais? Sim, porque não? Se ela precisar de algo ou eu ela saberá onde estou, fica mais fácil, enfim.
   Hoje, foi um daqueles dias, que na história de vida de um jovem, marca tanto, que chega a lembrar-se dele, quando adulto, por conta Dela.
Sabe aquele primeiro amor? A primeira paixão?…
   Pois é! Isso me aconteceu também. Ela – ela era tudo, charmosa, sensual, com quem sonhava.
Eu sempre cumpria meus horários. Disciplinado por norma, educação. Porém, eis que chega aquele dia, em que o espetáculo da vida acontece. Roubei-lhe o beijo.
Tinha dito a mim mesmo que; de hoje não passa. Aconteça o que acontecer, beijá-la-ei. E assim foi, ela aceitou.
Pensei que nunca fostes ter coragem – disse ela. E eu não mais parei.
Neste dia cheguei tarde a casa. Mamãe, carinhosamente como sempre – então meu querido, onde andas-te? Passa da hora.
Disse eu – mãe, sabe aquele dia, que tiveste aquela oportunidade, que não podias deixar passar? Foi hoje.
Ela riu e mandou-me para o banho – eu não lavo, respondo- lhe – esta boca hoje, eu não lavo de jeito, maneira nenhuma minha senhora. E nada mais disse.
   Passou-me este filme todo pela cabeça, no decorrer da prosa. Deixei-o a porta de casa, Felicitei-o pela conquista, oferece-lhe minha força se o mesmo precisar de álibi em qualquer situação em casa, porém não se fazia necessário. Ele agradeceu e nos despedimos.
   Embora passemos, muitas vezes, por situações de inquietude, a cerca de tudo, com os dias que correm. Nada como “ o beijo do primeiro amor” da primeira paixão, para nos fazer lembrar que o melhor da vida esta nas coisas mais simples, como um beijo.

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