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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

INSURGENTE, rebelde. INSURREIÇÃO, MOTIM, SEDIÇÃO, REVOLUÇÃO.

INSURGENTE, REBELDE.

   A ideia comum d`estas duas palavras, no sentido em que tomamos, é o levantar-se contra uma autoridade; diferenciam-se porém em que, ao INSURGENTE considera-se como o que faz uma coisa legitima ou legal, e ao REBELDE como o que executa uma ação perversa e criminosa. O primeiro tem a opinião de que usa de seu direito ou de sua “liberdade” para sublevar-se publicamente contra uma ordem injusta, ou contra uma empresa do governo considerada como opressiva e tirânica. O segundo tem opinião de que abusa de sua “liberdade”, ou de seus meios para opor-se à execução das leis, e para levantar-se contra a autoridade legitima.
  
Para Qualificar alguém de INSURGENTE basta o facto de se opor abertamente a uma instituição que se considera injusta; para declarar a alguém REBELDE, é necessário que tenha tomado armas contra o governo legítimo.

INSURREIÇÃO, MOTIM, SEDIÇÃO, REVOLUÇÃO.
  
   Estas quatro palavras têem relação com os diversos movimentos ou diferentes desígnios que o povo põe em execução contra autoridade que o governa.

  O Motim é o menor dos movimentos que indicam estas palavras, ou, pelo menos, aqueles cujas consequências são de menor importância. É de ordinário uma fermentação momentânea de algum bando do povo causada por descontentamento, e muitas vezes por pertinácia e falta de reflexão.
   
   

  A Insurreição é o estado em que se acha um povo depois que se levantou e se armou para combater a autoridade a que estava sujeito, e que publicamente declara não reconhecer por legitima.
   


  A Sedição é um espírito geral de perturbação, de oposição, que, inspirada por alguns, se comunica rapidamente a todos os membros d`um corpo, d`uma assembleia, ou do mesmo povo.

   A Revolução é uma resistência e um levantamento geral contra o “soberano”, contra as leis, contra a “autoridade legitima”.
  

   O Motim é parcial e momentâneo, é fácil de acalmar – A Insurreição é mais geral e duradoura; indica uma força disposta constantemente a contrastar a autoridade; tem por alvo derruba-la e conquistar a independência particular dos que se insurgiram. – A Sedição, sendo uma disposição dos espíritos, umas vezes prepara a INSURREIÇÃO ou a REVOLUÇÃO, subornando gente e formando bandos; outras vezes são restos que ainda subsistem depois de reprimidas as INSURREIÇÕES. – 

   A Revolução é uma sublevação injusta e criminosa contra o “soberano”, contra as leis, contra a “autoridade legitima”, e que tende a desorganizar toda a máquina política e às vezes social, como foi na França por exemplo em 1793.

   
  A Insurreição muda de nomes segundo o modo como se considera, e as opiniões ou os sentimentos dos que a consideram. Conserva o nome de Insurreição entre os que lhe atribuem uma ideia de direito e justiça; toma o nome de Revolução entre os que consideram como injusta e criminosa. 

Os Ingleses por exemplo, chamaram Revolução à Insurreição de suas colônias na América; os Americanos insurgentes, e todos os que tinham por justa a sua causa, chamaram-lhe Insurreição. – 

Do êxito de tais empresas depende o nome que para o futuro conservam. Uma Insurreição vencida, aniquilada, não é mais que uma Revolução; triunfante, conserva o nome de Insurreição; e se teve por alvo sacudir um jugo estranho para recobrar a independência nacional, reclama o nome de Restauração. 

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