O Prêmio
Mundial da Alimentação 2013, o que alguns chamam de Nobel da Agricultura, foi
concedido este ano para os representantes da indústria transgênica: Robert
Fraley, da Monsanto e Mary-Dell Chilton.
O dito
prémio é patrocinado por: Nestlé, Cargill, Archer Daniels Midland, Syngenta,
Monsanto, Bayer CropScience, DuPont Pioneer. Só em 2008 a Monsanto deu 5
milhões de dólares como patrocínio para este prémio "World Food
Prize". O prémio é também patrocinado pela fundação Bill & Melinda
Gates e pela Fundação Rockefeller.
Então, qual
é o espanto? ...
Como diz o
escrito Eduardo Galeano, em seu livro “Patas arriba” (1998), “se premia ao
contrário: se despreza a honestidade, se castiga o trabalho, se recompensa a
falta de escrúpulos e se alimenta o canibalismo”.
Querem que
acreditemos que as políticas que nos conduziram à presente situação de crise
alimentar serão as soluções; porém, isso é mentira. A realidade, teimosa, nos
demonstra, apesar dos discursos oficiais, que o atual modelo de agricultura e
alimentação é incapaz de dar de comer às pessoas, cuidar de nossas terras e
daqueles que trabalham no campo. Hoje, apesar de que, segundo dados do
Instituto Grain, a produção de alimentos multiplicou-se por três desde os anos
60, enquanto que a população mundial desde então apenas duplicou, 870 milhões
de pessoas no mundo passam fome. Fome, pois, em um planeta da abundância de
comida.
A
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO)
reconhece que nos últimos cem anos desapareceram 75% das variedades agrícolas.
Nossa segurança alimentar não está garantida, se depender de um leque cada vez
mais reduzido de espécies animais e vegetais. Definitivamente, são promovidas
as variedades que mais se adequam aos padrões da agroindústria (que podem
viajar milhares de quilômetros antes de chegar ao nosso prato, que tenham um
bom aspecto nas prateleiras do supermercado etc.), deixando de lado outros
critérios como a qualidade e a diversidade do que comemos.
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