As paixões são alavancas que duplicam as forças do homem e o ajudam a cumprir os desígnios da Providência. Mas, se em vez de as dirigir, o homem se deixa dirigir por elas, cai no excesso e a própria força que em suas mãos poderia fazer o bem, recai sobre ele e o esmaga.
Todas as paixões
têm seu princípio num sentimento ou uma necessidade da Natureza. O princípio
das paixões não é portanto mal, pois repousa sobre uma das condições
providenciais de nossa existência. A paixão propriamente dita é o exagero de
uma necessidade ou de um sentimento; está no excesso e não na causa; e esse excesso
se torna mal quando tem por consequência algum mal.
Toda paixão que
aproxima o homem da Natureza animal o afasta da Natureza espiritual.
Todo sentimento
que eleva o homem acima da Natureza animal anuncia o predomínio da Alma sobre a
matéria e o aproxima do melhor.
“As “Paixões” são como um cavalo que é útil
quando governado e um perigo quando governa.
Reconhecei, pois, que uma paixão se torna perniciosa no momento em que a
deixais de governar e quando resulta num prejuízo qualquer para vós ou para
outro.”
Ilídio Lima, por ‘Douta Ignorância’
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