"O erro
de Descartes": ergo sum. Em vez da plenitude da razão, abre-se espaço para
a ética das emoções. O “Penso, logo existo”, que até então era pedra
fundamental para o pensamento racional, de repente, tornou-se erro.
As pessoas
tomam decisões e nem sempre são pautadas somente pela racionalidade ou pela
razão. O que pensar de um indivíduo capaz de atentar contra a vida de outro e
dizer “foi por amor”? É possível que muitos digam “Ele (ou ela) não pensou no
que estava fazendo”. Seria a razão a responsável pela tomada de decisão e o
fator determinante para as consequências esperadas ou rejeitadas.
Uma
justificativa para grandes crimes, sem a necessidade de individualizar um ou
outro, é a defesa alegar que o réu não estava no domínio de sua razão, o que
teria prejudicado sua tomada de decisão e o levado a cometer este ou aquele
crime.
Nossa vida
comum e cidadã é frequentemente afetada por esse discurso, já que se
desvinculam a emoção e o sentimento da razão. São promovidos determinados
comportamentos em detrimento de outros, assim como se justificam atos pela
presença ou falta da razão.
São
notícias, comentários, por vezes uma justificativa para um comportamento que
consideramos inadequado e lá se vai mais uma culpa para as emoções e mais um
ponto para a razão. Expressão da chamada postura cartesiana – alcança o homem e
o reduz.
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